Quinta, 25 de abril de 2024

Indústrias e Fibras

A ABRAFAS - Associação Brasileira de Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas, criada em 07 de novembro de 1968 como entidade O setor têxtil é responsável por uma produção, entre fibras e multifilamentos artificiais e sintéticos, superior a 380 mil toneladas/ano, que representam cerca de 40% do consumo industrial do País. Esta produção resulta em um faturamento anual de US$ 1,06 bilhão e gera empregos diretos para cerca de 9.000 pessoas.

O setor de fibras artificiais e sintéticas integra o chamado "complexo petroquímico-têxtil" e se caracteriza como um setor industrial intensivo na utilização de capital e matéria-prima, o que torna suas empresas altamente dependentes de freqüentes investimentos em pesquisa e modernização, como forma de aumentar a eficácia de suas operações industriais, reduzir seus custos e assegurar a sua competitividade internacional.

Além desses aspectos, este setor industrial opera em níveis de uma alta sofisticação tecnológica que exige a utilização, em larga escala, de microeletrônica e mecânica de precisão, além de velocidade rigidamente controlada e climatização adequada, entre os diversos fatores que constituem sua complexidade tecnológica.

Como resposta aos desafios da globalização a indústria de fibras manufaturadas realizou investimentos que, no período 1997/02, totalizaram US$ 800 milhões, valendo lembrar que o total dos investimentos projetados pelo setor no período 2002/2011 é da ordem de US$ 1.4 bilhão. A concretização desses investimentos é uma demonstração inequívoca de que o setor pretende consolidar sua presença não somente no Mercosul com em toda a América do Sul.

Este complexo industrial constitui o núcleo ao qual estão associados, além da indústria têxtil propriamente dita, segmentos de outros complexos como o agro-industrial , o metal-mecânico, as indústrias químicas e a petroquímica. A dinâmica da indústria é dada pelo mercado final, onde a indústria de confecções aparece como o seu maior consumidor isolado, embora, nos últimos anos, os produtos destinados ao uso doméstico e industrial venham ganhando importância cada vez mais relevante na composição da demanda global do setor. A competitividade do setor está intimamente relacionada com a eficiência verificada em cada um dos elos da cadeia produtiva e a qualidade final dos produtos está relacionada com a qualidade obtida em cada etapa produtiva.

O setor têxtil propriamente dito, caracteriza-se por ser incorporador de tecnologia desenvolvida em outros setores, ou seja, os avanços tecnológicos no processo produtivo da indústria têxtil provêm dos avanços ocorridos na produção das matérias- primas, especialmente no desenvolvimento das fibras sintéticas, e nas máquinas e equipamentos.

Desde o final da década de 60 são produzidas no Brasil, praticamente, todos os tipos de fibras sintéticas (poliamida, poliéster, acrílico, elastoméricas e olefínicas) com nível de qualidade, para uma considerável parcela dessas fibras, comparável às disponíveis no mercado internacional, o que também, atualmente, vem acontecendo com os seus preços. Outro aspecto importante a ser destacado e que deve merecer uma profunda reflexão por parte, não só do setor empresarial petroquímico-têxtil, como também das próprias autoridades do Brasil, é sobre a importância estratégica deste setor em relação à toda a cadeia produtiva, ou seja, até que ponto será possível ao Brasil e ao próprio Mercosul contar com uma indústria têxtil capaz de atender as necessidades do país e da região, além de gerar excedentes exportáveis, sem dispor de uma indústria de fibras artificiais e sintéticas fortalecida.